Jornal Repórter Diário – Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra
Assim como diversas doenças, problemas nos olhos também podem começar de forma silenciosa. Neste campo, as crianças são as mais afetadas, pois muitos pais classificam como normal a dificuldade em enxergar. O alerta vem de especialistas, como a oftalmologista Sandra Naufal, de Santo André, ao defender o paciente infantil, que não reclama, porque não conhece como é o mundo sem problema de visão. O correto, diz a médica, é levar a criança periodicamente para realização de exames.
Rodrigo Angelucci, oftalmologista e coordenador do Departamento de Oftalmologia da Santa Casa de São Bernardo, diz que o primeiro exame nos olhos deve ser feito ainda na sala de parto. “O primeiro exame básico, que chamamos de reflexo vermelho, é realizado minutos depois de o bebê nascer. Após isso, o ideal é que seja feito acompanhamento a cada seis meses”, esclarece.
A recomendação dos dois médicos é os pais ficarem atentos, principalmente, aos primeiros sintomas. Quando a criança, normalmente em idade pré-escolar, precisa se aproximar muito do aparelho de TV para ver um programa e coça os olhos com freqüência é sinal de que é necessário procurar um especialista. Olhos constantemente vermelhos também podem indicar problemas, dizem os oftalmologistas. Sandra reforça a importância da consulta preventiva. “Muitos pais procuram um consultório quando constatam algum problema de estrabismo, ao invés de ter o costume de levar para exames de rotina, que podem ajudar na prevenção de danos futuros”, diz. “Quanto mais tardio o tratamento de uma doença, mais complexa ela fica”, adverte a médica. (Colaborou Larissa Marçal)
Glaucoma é ameaça silenciosa
O glaucoma, que em estado crítico pode causar a perda total da visão, também é uma doença silenciosa, pois não possui sintomas. Como a doença é hereditária, quem possui casos registrados na família deve ter cuidado redobrado e realizar acompanhamento constante. O problema surge quando a pressão do olho sofre elevação. “Primeiramente o campo visual periférico é perdido. Depois, ocorre a perda do campo tubular e, em estado mais crítico, a pessoa pode ficar cega”, conta.
O glaucoma é mais comum entre os mais velhos. A primeira recomendação após o diagnóstico é o tratamento à base de colírios, mas em alguns casos é indicada intervenção cirúrgica, como a técnica de fototrabeculoplastia, que visa a redução da pressão do olho por meio de cirurgia com raio laser. (LM)
Computador requer atenção
Ao contrário do que muitos imaginam, ficar na frente do computador não desenvolve problemas de visão. Porém, o olho fica mais seco, já que o filme lacrimal – fina camada que recobre os olhos – evapora. Neste caso, é importante o uso de colírios, sempre com indicação médica. Segundo Sandra Naufal, dependendo do tempo de utilização do computador, quando o usuário for olhar para outros objetos mais distantes ele terá a impressão de que não enxerga direito. Então, quando o uso prolongado do computador não puder ser evitado, é bom fazer algumas pausas para descansar a vista. “Outra dica é piscar bastante os olhos”, ensina. (LM)